AFIRMAÇÃO E CONFRONTO

(Marcos 9)

“Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê”

(Marcos 9.23)

Existem várias interpretações a respeito da expressão: “Há alguns que de modo algum provarão a morte até que vejam o reino de Deus chegando com poder”. O comentarista Hendriksen alega: “A referência é, com toda probabilidade, à ressurreição gloriosa de Cristo, sua vinda, no dia de Pentecostes e, em conexão com esse evento, sua posição de grande poder e influência, à direita do Pai”.

Os discípulos não conseguiam assimilar bem o fato de Cristo sofrer e ser morto. Jesus os conduziu a uma experiência por imersão a respeito de quem era Ele e qual seria sua missão. Fatos importantes que evidenciam que Jesus é o Cristo são: Jesus foi transfigurado (v.3); Apareceram Elias e Moisés (v.4); Uma nuvem os cobriu (v.7); Uma voz do céu (v.7); A Ele ouvi.  Aquela voz, além de declarar que Jesus era seu Filho amado, enfatiza uma ordem: Ouvir é mais que escutar, é submeter-se e nos ensina a não ouvir nosso coração, circunstâncias ou “achologias”, mas somente tão somente a Jesus.

Os discípulos entendiam que aconteceriam certas “coisas” para o fim, Jesus os adverte que tudo que tinha de vir já veio, agora o fim já está eminente e o tempo de fazer o que tem que ser feito não é amanhã, é agora.

No monte, enquanto três discípulos experimentavam a glória de Deus, com Jesus, os outros nove eram afligidos pelos escribas, pela pressão da população e o diabo. A presença de Jesus é surpreendente (v.15) e reverte toda aquela situação caótica com preciosas lições: A pessoa de Jesus é mais importante que qualquer discussão (v.15); As vidas afligidas são mais importantes que discussões teológicas (v.14,15); Não importam os fracassos, leve a aflição a Jesus (v.17); As trevas esboçarão resistência ante a iminente derrota (v.20); As trevas não brincam, agem para destruir (v.22); Tudo é possível ao que crê (v.23); A aflição é uma oportunidade de confessar nossas deficiências (v.24); A intervenção de Jesus não agrava, mas dá resolução definitiva (v.26,27); A vitória é pela fé, mas a vida de oração e jejum não pode ser negligenciada (v.29).

Jesus quer ter um momento com os seus, a fim de sedimentar a missão de resgate da humanidade. Seus discípulos ouvem a respeito, mas não entendem claramente. Às vezes, ouvimos a mensagem clara do evangelho e temos a oportunidade de aceitá-la ou a trágica reação de rejeitá-la. E ainda cometemos o mais terrível dos erros: decidimos mudá-la e adaptá-la, em vez de permitir que ela molde nossa vida. A apostasia é a capacidade dos homens de aceitarem partes da mensagem cristã que lhes agradam e lhes convém, e recusam entender e se submeter às que lhe contrariam, tornando, assim, este evangelho não o de Cristo, mas dos homens.

A patética guerra de egos é comum no mundo que valoriza a performance e a sádica sensação de impor o medo, sendo assim ovacionado. Jesus desconstrói paradigmas de referencial de grandeza e relevância, apresentando um estilo de vida de servo, com a capacidade de servir (v.35), e enfatiza que a relevância se dá não em ser reconhecido pelos homens, mas ser totalmente conhecido por Deus (v.37). Jesus toma uma criança e a coloca no centro e declara solenemente: “Qualquer pessoa que receber uma destas crianças em meu nome, a mim me recebe; e quem me recebe, não recebe a mim, mas aquele que me enviou” (v.36,37).

João conta em tom de bravata a atitude deles de intolerância (v.38), que logo é repreendida por Jesus (v.39). Os discípulos argumentam: “Mestre, vimos um homem que expulsava demônios em teu nome e nós o proibimos, pois ele não nos seguia” (v.38). Jesus repreende os discípulos e acentua que quem não é contra Ele é por Ele.

A referência a respeito de amputações de membros e extração do olho é uma alegoria, (significa aquilo que dá motivo para cair da fé), pois mesmo uma visão monocular não impede de ver, mesmo sem as mãos não impede de fazer, mesmo sem os pés não impede de ir. A exigência é renunciar sem meio-termo aquilo que o leva à perdição.

É feita uma alusão de ser salgado com fogo (v.49), alusão a castigo e preservação. Um sal que não faz diferença é inútil. (v.50). O mundo está em decomposição, e sem a presença da igreja, a sociedade entraria em estado de putrefação moral. Nossa vida tem que fazer toda diferença.

 

Catarina Damasceno – Equipe de Resumos.

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