Deus escolhe um povo para adoração
(Gênesis 1-50)
“Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da sua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei.”
(Gênesis 12.1)
Para o autor de Gênesis, a causa primeira da existência, da ordenação e da sustentação de todo o universo é Deus. Acrescente-se a isso o fato do autor insistir em que tudo o que Deus criou foi feito pela Palavra. Cada uma das sessões declarando o ato criador foi marcada pelo autor com a expressão: “e disse Deus” (v.3,6,9,11,14,20,24,26). Há poder na Palavra revelada de Deus (Sl 33.6;Hb 11.3; 1Pe 3.5). A Palavra dá vida, sustenta, guarda e santifica (Sl 119.144; Mt 4.4; Sl 119.50; Jo 17.17).
A narrativa da primeira crise experimentada pela humanidade aponta para um marco inicial do desandar do caminho do homem, momento quando ele decide voltar as costas para a bênção e iniciar sua jornada peregrina, pelos desertos, de uma vida de rebeldia e obstinação contra a vontade do seu Criador. O desejo físico, a curiosidade intelectual e a reivindicação de direitos, quando desvinculada de uma vida de dependência do E.S, serão sempre portas abertas para o caos. O homem criado para ser adorador, passa a agir em dissonância com os propósitos do Pai, trata de esconder-se dos olhos do onisciente e transtorna, ao mesmo tempo, sua harmonia com o próximo e com a criação. A falência do homem é, então decretada com a sentença: ”[…] és pó, e ao pó tornarás” (Gn 3.19). A pena imposta não seria jamais revogada.
Desde então, incompleto em si mesmo, o homem tem desenvolvido diferentes formas e ritos com a intenção de aplacar a ira de Deus (e dos deuses, entre os pagãos). O adorador, em rebeldia, pretende ser aceito em adoração segundo os critérios por ele próprio constituídos. Como para prová-lo, Deus concede, por meio de Moisés, a lei, com a promessa de que, cumprindo-a, o homem viverá (Lv 18.5).
Mais tarde, o apóstolo Paulo, pelo E.S , concluirá: “[…] o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo […]” (Gl 2.16; Rm 3.28).
Caim introduz a violência na experiência humana. A vida do homem, do lado de fora do paraíso, tem sido de progressivo comprometimento com tudo o que desagrada a Deus.
O criador, em sua soberania, desejou: “[…] Destruirei da face da terra o homem que criei […]” (Gn 6.7). Mas, Noé, porém, encontrou graça aos olhos do Senhor”, porque “ele era homem justo e íntegro em sua geração.
Gênesis 11 vem com o propósito de explicar a origem das diferentes famílias e sua distribuição pela face da terra. Aponta, ainda, para o esforço do homem de tornar célebre o
seu nome, contrariando, assim, a vontade de Deus (11.4; 1.28). Deus frustra, então, o intento do coração dos homens, e os dispersa (11.9).
É narrada a genealogia de Abraão, sua chamada, peregrinação, os lugares de acampamento para descanso e adoração, as crises familiares, as batalhas, os momentos de crise espiritual e os momentos em que parecia difícil crer na promessa.
Mas Deus sempre cumpre suas promessas e introduz a descendência de Abraão no Egito, deixando o caminho preparado para os grandes eventos do Êxodo.
Aprendemos aqui algumas lições: Como Noé, façamos a vontade de Deus, certos de que Ele terá misericórdia de nós; e observando as peregrinações de Abraão e sua descendência, como adoração e descanso parecem estar sempre em harmonia, como a sugerir que a melhor forma de descanso é aquela que nos conduz à adoração e que a melhor adoração é poder repousar tranquilo na comunhão com o Pai.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.