Está chegando a hora
(Lucas 19; 20)
“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.”
(Lucas 19.10)
Até aqui vimos acerca da missão de Jesus de trazer o conceito do “Ano do Jubileu”. Para entendermos melhor, o Jubileu, era o evento em que se comemorava em Israel, de 49 a 49 anos, em que o 50º ano seria marcado por alguns episódios: libertação de todos os escravos, o perdão de todas as dívidas contraídas no passado recente, entre outros.
Na história de Zaqueu, estamos diante de um homem que aceitou o desafio de “Jubileu” de repartir sua fortuna com os outros. E se propôs a fazer isso com o seu coração contrito (Lc 19.8). Não se trata de uma distribuição de renda sob algum impulso de ideologia humana, absolutamente. Estamos diante de uma demonstração vívida de um arrependimento que liberou o coração de Zaqueu para o outro, sem qualquer reserva.
Zaqueu tomou a decisão que o “jovem rico” (18.18-23) não pagou o preço de tomar: expulsou o ídolo monetário de seu coração. Não há lugar para Deus e o dinheiro em nosso coração. Zaqueu tinha o “espírito do ano do Jubileu”, já o jovem rico, não. Quem segue a Jesus rompe com a escravidão ao dinheiro e sabe que, na verdade, deve-se seguir aquilo que é essencial na vida, a saber, a nossa confiança irrestrita no Senhor do Jubileu.
Por isso, imbuído desse espírito de libertação aos pobres e oprimidos pelas forças malignas que influenciam uma sociedade perversa, Lucas registra duas vezes que Jesus só tem um foco: Jerusalém (Lc 19.11,28).
Jesus chega a Jerusalém e logo é rejeitado. Seu coração se condói. Incrível o amor que Jesus tem pelo seu povo! O Rei do Jubileu quer repartir seu coração para todos os homens. Está chegando o “ano aceitável do Senhor”.
Lucas registra Jesus contando mais uma parábola, a dos “lavradores maus” (20.9-18), e nela uma mensagem que evidencia: os homens irão matar o “Filho amado” do Senhor da vinha. Esse dia estava bem próximo. Daí, Jesus aproveita para deixar um recado claro (Lc 20.17,18), tendo como base Jerusálem.
Não haverá inocente nesse dia: a morte do “Filho amado” iria custar uma sentença de acusação contra aquela geração de pecadores e serviria de condenação para toda a humanidade. Ninguém seria indesculpável diante desse ato trágico de amor: Jesus entregando sua vida por nós. O “imatável” permitiu-se morrer.
O amor de Jesus pela humanidade caída o levou às lágrimas em vários momentos do seu ministério. Alguém já disse, acertadamente, que não há nenhum texto nas Escrituras que
registra Jesus rindo, mas há três em especial que o apontam chorando (Jo 11.35, Lc 13.34 e Lc 19.41).
Como é bom servir a um Jesus que se importa com seu povo, a ponto de chorar por ele, mesmo quando evoca um juízo condenatório. A igreja de Jesus precisa partilhar esse coração amoroso de Deus a todas as pessoas em sua volta.
Temos de ser a igreja do amor.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.